quinta-feira, 6 de novembro de 2014

'INTERESTELAR': CHRISTOPHER NOLAN SUPERA KUBRICK, SCOTT E CUARÓN E FAZ LONGA ESPACIAL DEFINITIVO


SINOPSE:

O planeta Terra está à beira do colapso.

Boa parte de suas reservas naturais acabaram e um grupo de astronautas recebe a missão de encontrar um planeta para receber a população mundial, possibilitando a continuação da espécie.

Cooper (Matthew McConaughey) é chamado para liderar o grupo e aceita a missão sabendo que pode nunca mais ver os filhos.

Ao lado de Brand (Anne Hathaway), Jenkins (Marlon Sanders) e Doyle (Wes Bentley), ele seguirá em busca de uma nova casa.

CRÍTICA:

O diretor americano Christopher Nolan é um dos poucos que conseguem juntar atualmente direções seguras, boas histórias, elencos fantásticos e concepções visuais estonteantes, que resultam sempre em filmes, se não magníficos, ao menos melhores do que a maioria feitos na atual Hollywood.

Em seu primeiro trabalho após o fim da 'trilogia Batman', Nolan foi ainda mais ambicioso e decidiu fazer seu próprio '2001: Uma Odisseia No Espaço'.

O resultado é 'Interestelar',uma ficção científica que estreia hoje em 250 salas em todo o Brasil e que é capaz de impressionar, com mais verdade e grandiosidade, do que o clássico de 1968 - dirigido por Stanley Kubrick -  e seus correlatos mais recentes.

Se a trama é recheada de teorias científicas que podem confundir o espectador desavisado, o longa vai muito além da ciência, sendo capaz de emocionar e divertir com belas imagens, enquanto conta uma grande história sobre o que é ser humano e as consequências de nossas escolhas.


Anne Hathaway e  Matthew McConaughey, em cena do longa - Fotos dessa postagem: Divulgação/Warner Bros.
Para um projeto tão grande e tão ambicioso, Nolan cercou-se de inúmeros cuidados: primeiro, a  super produção só foi feita graças à uma inédita parceria entre a Warner Bros. e a Paramount Pictures.

Depois, o diretor escalou como protagonista nada menos que Matthew McConaughey, em sua primeira aparição nas telonas desde o Oscar de Melhor Ator por 'Clube De Compras Dallas' e após dois anos de interpretações soberbas, no cinema e na TV.

No papel de Cooper, homem que enfrenta o dilema moral de abandonar sua família para tentar salvar a humanidade, McConaughey mais uma vez entrega ao expectador, absolutamente extasiado, outra grande atuação, dando intensidade e credibilidade até nos momentos mais clichês do roteiro e cercado por um elenco de atores consagrados - como Anne Hathaway, Michael Caine e Jessica Chastain.


Mackenzie Fox e Matthew McConaughey, em cena do longa
Assim, o longa entrega um trabalho espetacular de ambientação, criando uma Terra moribunda absolutamente realista, na qual o protagonista, ótimo piloto e engenheiro, é obrigado a trabalhar como fazendeiro para tentar alimentar o que restou da humanidade.

A desesperança é tanta que os livros de história foram reescritos para desmentir até a ida à Lua - tudo para impedir crianças de sonhar.

Como consequência, a Terra é tão diferente da que conhecemos que se torna tão interessante quanto planetas alienígenas visitados pela equipe.

Visualmente, o longa é um dos mais impressionantes dos títulos recentes e precisa - eu disse PRECISA - ser visto em Imax.


Cena do Longa
Nolan, fã da captação de imagens em Imax, é mestre no uso de efeitos especiais, principalmente efeitos práticos e não apenas por computação gráfica.

A forma simples, como ele mistura esses elementos é absolutamente impactante e reforça a habilidade do cineasta - o mais esteta do cinema atual.

Além disso, músicas épicas - compostas pelo sempre soberbo Hans Zimer - alternadas com momentos de silêncio - como acontece no recente 'Gravidade' - ajudam a criar uma atmosfera de tensão poucas vezes vista - e sentida - numa sala de cinema.

O longa impressiona com uma imaginativa fábula espacial, repleta de elementos raros de serem vistos no cinema e, paralelamente, possui grande carga emocional, capaz de arrancar lágrimas ou, ao menos, criar empatia com os personagens.


Anne Hathaway  em cena do longa
Algumas teorias científicas são distorcidas para se adequarem às necessidades e certos personagens tomam atitudes inexplicáveis para gerar tensão, mas nada que comprometa o resultado final e mesmo com o clímax sendo o momento mais problemático da produção.

Muitas das prioridades dos personagens mudam radicalmente e as decisões parecem aleatórias ou convenientes demais, problemas pequenos, se comparados à grandiosidade do longa, que não evita temas complexos, na verdade os abraça com segurança e os explora de forma comprensivel e cinematográfica.

A ótima construção dos personagens e do mundo que os cerca garantem elementos primordiais para tornar essa fantástica história absolutamente verdadeira.

Questões filosóficas também estão presentes no questionamento sobre o lugar da humanidade no universo e a necessidade de sobrevivência a todo custo, não só como indivíduos, mas também como espécie.


Matthew McConaughey, em cena do longa
É uma obra que, no final das contas, vai dialogar com cada espectador de forma diferente e, por isso mesmo, precisa ser vista e revista.

Juntando tantos elementos convincentes, 'Interestelar' é mais bem construído e bem melhor resolvido que outros dramas especiais - aí incluídos o já citado '2001' e também 'Alien' e 'Gravidade'.

Filmaço.

TRAILER:


FICHA TÉCNICA:
'INTERESTELAR'
Título Original:
INTERSTELLAR
Gênero:
Ficção Científica
Direção:
Christopher Nolan
Roteiro:
Christopher Nolan, Jonathan Nolan - baseados nas teorias do físico Kip Thorne
Elenco:
Alexander Michael Helisek, Andrew Borba, Anne Hathaway, Benjamin Hardy, Bill Irwin, Casey Affleck, Collette Wolfe, David Gyasi, David Oyelowo, Ellen Burstyn, Elyes Gabel, Francis X. McCarthy, Jeff Hephner, Jessica Chastain, John Lithgow, Kristian Van der Heyden, Leah Cairns, Lena Georgas, Liam Dickinson, Mackenzie Foy, Mark Casimir Dyniewicz, Marlon Sanders, Matt Damon, Matthew McConaughey, Michael Caine, Timothée Chalamet, Topher Grace, Wes Bentley, William Devane, William Patrick Brown
Produção:
Christopher Nolan, Emma Thomas, Linda Obst
Fotografia:
Hoyte Van Hoytema
Montador:
Lee Smith
Trilha Sonora:
Hans Zimmer
Duração:
169 min.
Ano:
2014
País:
Estados Unidos
Cor:
Colorido
Estreia no Brasil:
06/11/2014
Distribuidora:
Warner Bros.
Estúdio:
Lynda Obst Productions / Paramount Pictures / Syncopy / Warner Bros. Pictures

COTAÇÃO DO KLAU:

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